Palestrantes
Prof. Dr. Aquiles Brayner
Aquiles Alencar Brayner assumiu o cargo Curador Digital na British Library, de 2006 a 2018, tendo participado em vários programas e atividades relacionadas a serviços e coleções digitais na BL, incluindo projetos de digitalização, criação e controle de metadados, formação de bibliotecários e pesquisadores na utilização de conteúdos digitais, e concepção e desenvolvimento de plataformas interoperáveis para disseminação e agregação de acervos eletrônicos entre bibliotecas no Reino Unido e no exterior. Ocupou o posto de Pesquisador em Residência na Fundação Biblioteca Nacional do Brasil e atualmente é diretor da empresa Calímaco, oferecendo consultoria em programas de Curadoria Digital para instituições culturais e centros de pesquisa.
As Humanidades Digitais e as instituições de acervos memoriais: aproximações e distanciamentos
O emergente campo das Humanidades Digitais vem lançando grandes desafios para as instituições de memória cultural. Diferentemente do tratamento dado a seus acervos físicos, bibliotecas, arquivos e museus devem atuar de maneira diferenciada na gestão dos conteúdos eletrônicos tendo em vista os novos métodos de pesquisa em Humanidades Digitais que utilizam uma combinação de objetos eletrônicos, tanto os digitalizados quanto os nato-digitais, assim como os dados derivados destes objetos como OCRs, metadados descritivos e outras informações técnicas provenientes de várias fontes e acervos. A palestra terá como objetivo apresentar alguns modelos de trabalhos para a gestão de acervos digitais implementados por instituições de memória cultural a nível internacional, discutindo até que ponto as instituições brasileiras vêm adotando estes modelos na criação, gerenciamento e disponibilização de seus conteúdos eletrônicos de modo a oferecer um maior apoio aos projetos de pesquisa na área das Humanidades Digitais.
Prof. Dr. Daniel Alves
Daniel Alves é Professor Auxiliar no Departamento de História da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas e investigador no Instituto de História Contemporânea, ambos da Universidade NOVA de Lisboa. Tem um mestrado em História do Século XIX (2001) e um doutoramento em História Económica e Social Contemporânea (2010). As suas áreas de interesse são a História Contemporânea, a História Económica e Social, a História Urbana, a História das Revoluções e as Humanidades Digitais. Tem alguns livros publicados, bem como artigos em revistas científicas nacionais e estrangeiras, sobretudo em História Económica e Social e SIG aplicado à História. Recentemente foi editor convidado no número especial “Digital Methods and Tools for Historical Research” da revista International Journal of Humanities and Arts Computing e do número especial “The History of Retailing on the Iberian Peninsula” da revista History of Retailing and Consumption. Lecciona Informática Aplicada à História, História Contemporânea (Século XIX), História da Revolução Francesa e História dos Estados Unidos da América, na licenciatura em História, e História das Revoluções, no mestrado em História.
Entre 2011 e 2015 foi membro integrado do Grupo de Trabalho 1 (Espaço e Tempo) da Network for Digital Methods in the Arts and Humanities (NeDiMAH), financiada pela ESF e dedicada ao desenvolvimento de abordagens digitais para a representação e análise das dimensões espaciais e temporais. Entre 2016 e 2017 foi vogal da Comissão Executiva da European Association for Digital Humanities. É membro fundador da Associação das Humanidades Digitais.
Colabora com frequência em projectos de investigação que usam bases de dados e sistemas de informação geográfica (SIG) na investigação histórica. Recentemente colaborou nos projectos "Atlas, Cartografia Histórica" e "Atlas das Paisagens Literárias de Portugal Continental". Está actualmente a desenvolver estudos sobre a História de Lisboa no final do século XIX com recurso a SIG.
CV: online; Email: dra@fcsh.unl.pt; Twitter: https://twitter.com/DanielAlvesFCSH; Facebook: https://www.facebook.com/daniel.alves.1460693
Somos Humanistas Digitais? E há quanto tempo? E porque é que isso interessa?
Drª Marcela Sabino
Marcela Sabino é Diretora do Laboratório de Atividades do Museu do Amanhã. Ela é especialista em inovação e estuda o impacto de tecnologias exponenciais como inteligência artificial, fabricação digital, robótica, biohacking, big data, e a internet das coisas na sociedade. Formada em Políticas Públicas e Administração pela Universidade de Harvard (EUA), Marcela atua principalmente criando estratégias e soluções para problemas complexos a partir de tecnologias emergentes com foco em desenvolvimento social em organizações como o Banco Mundial, Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), ONU e grandes empresas internacionais.
A realidade virtual é um meio sem fronteiras, um espaço onde até as forças naturais podem ser manipuladas. É uma plataforma que está desafiando uma nova geração de artistas. Com o intuito de fomentar esse cenário de criação no Rio de Janeiro, o Laboratório de Atividades do Amanhã (LAA) e a Intel, parceira tecnológico do espaço, selecionaram 15 pessoas – entre artistas digitais, sound designers, arquitetos, desenvolvedores de ambientes 3D e entusiastas de realidade virtual – para participarem do programa “Experimental VR Bootcamp – Sensorialidades Imersivas”. Durante oito semanas, participantes exploraram os limites dos sentidos através da criação de ambientes imersivos interativos usando arte, neurociência, e design de som com um grupo transdisciplinar, promovendo experiências inusitadas. Essa palestra explorará o processo e os resultados dessa experimentação
Prof. Dr. Ricardo Dal Farra
Dr. Ricardo Dal Farra (Buenos Aires, 1957) is a composer and new media artist, educator, historian, and curator working in the intersection of the arts, sciences, and technology. He is Associate Professor at the Music Department of Concordia University, Canada (http://goo.gl/SeuhUx) and founder-director of the Electronic Arts Experimentation and Research Centre - CEIARTE of the National University of Tres de Febrero, Argentina.
He has been researcher and consultant on media arts history and electroacoustic music for UNESCO, France; director of the Hexagram Centre for Research-Creation in Media Arts and Technologies, Canada; associated researcher of the Music, Technology and Innovation Research Centre at De Montfort University, in the UK; senior consultant of the Amauta - Andean Media Arts Centre in Cusco, Peru; coordinator of the international research alliance DOCAM - Documentation and Conservation of the Media Arts Heritage; and director of the Multimedia Communication national program at the Federal Ministry of Education, Argentina. Dal Farra has presented his sound-art, electroacoustic and visual-music works in more than 40 countries, and recordings of his pieces are published in 23 international editions (including editions by Computer Music Journal and Leonardo Music Journal, by MIT Press). Among others, he received awards and commissions from the 20th Sao Paulo International Arts Biennale, Brazil; the National Endowment for the Arts, Argentina, the Concours International de Musique Electroacoustique de Bourges, France; the Centro di Sonologia Computazionale of the University of Padua, Italy; and the International Computer Music Association. Funded by The Daniel Langlois Foundation for Art, Science and Technology of Montreal, he created the largest collection publicly available of Latin American Electroacoustic Music, including a database with over 2,000 recordings of works digitally preserved, composed 1957-2007 by almost 400 composers, and +200,000 words (http://www.fondation-langlois.org).
Dal Farra is founder-director of the international conference series Understanding Visual Music - UVM (held in Canada, Argentina, and Brazil), and founder-director of the international conference series Balance-Unbalance (held in Argentina, Canada, Australia, United States, Colombia, and the UK) on how the media arts could contribute to solving the environmental crisis (http://balance-unbalance2018.org). He also has been leading art-science projects, like the three editions of the sound-art international contest organized with the Red Cross Climate Centre, and designed multiple art-science-technology educational programs. Dr. Dal Farra was the artistic director of the Mexican electronic arts biennale Transitio in 2015, and a guest keynote at Congreso Internacional de Humanidades Digitales held in Argentina, 2016.
Transdisciplinary collaboration: Experiences in education, research, and creation
The solution to complex problems is being explored, increasingly, from multi and interdisciplinary perspectives. However, those strategies are not enough in many cases and therefore, developing a transdisciplinary approach becomes an essential tool. The traditional academic structure based on rigid disciplines has proven not to work well to face complex problems such as climate change or poverty, taking here only two among many multi-dimensional challenges we are facing.
We are usually looking (and acting) as a consequence of the "glasses" we have grown with, those that we used during our years of studies at school or in the university, when we learned how to interpret the world. But we should be able to understand different perspectives about the world and generate knowledge from a broader apprehension of reality. We need to learn about crossing borders again.
The quest to create new conceptual and methodological frameworks, the pursuit of innovations that could allow us to capture and shape the knowledge of multiple disciplines, could make possible to cross the usual barriers and create not just a simple mixture but an integration that goes beyond the parts. The result of the operation could be then -more than the sum of the individual elements- an added value significant enough to enhance our understanding, and clarifying that collaborative work has a relevant role in getting results.
Can we really and effectively develop innovative and useful ways to do research and apply our findings to work in creative environments for education or art production? This presentation will introduce some experimental strategies used in transdisciplinary projects focusing on research-creation.
Dr. Vagner Diniz
Dr. Vagner Diniz é gerente do Escritório Brasileiro do W3C e do Centro de Estudos de Tecnologias Web (CEWEB), do NIC.br, que realizam estudos, experimentação e publicações de tecnologias Web que garantam uma Web de todos e para todos. Mais recentemente está focado no tema plataformas abertas da Web, dados abertos e Web das Coisas. Seu interesse de pesquisa atual versa sobre a construção de cenários na gestão pública com uso de tecnologias disruptivas. Diniz é engenheiro eletrônico não praticante, com pós-graduação na Universidade de Genebra e pós graduação, mestrado em Gestão e Políticas Públicas e doutorando pela Fundação Getulio Vargas em São Paulo.
O fenômeno Web: vale a pena ser humano
A literatura sobre Internet é repleta de muitas promessas e benefícios que o seu uso traz para a sociedade como um todo. Segundo essa literatura, para a plena realização dessas promessas é necessário que o ecossistema de co-produção/co-criação funcione de modo articulado com a participação de todos os atores. Ainda que já existam muitos cases que demonstram os benefícios do uso da Internet, autores também afirmam que ainda está muito longe o momento em se pode dizer que a sociedade está se beneficiando das promessas que foram feitas. Sobretudo considerando que novas tecnologias surgem e evoluem constantemente.
A Internet, como a rede mundial de computadores, não ganharia essa papel relevante na sociedade sem a presença de uma interface que inseriu definitivamente o ser humano na rede. Essa interface, denominada como Web pelo seu criador, transforma radicalmente o usuário da Internet onde ele é ao mesmo tempo o produtor, a mercadoria e o consumidor. Isso só tem sido possível porque na sua gênese a Web é aberta, colaborativa, acessível e universal.
No entanto, Tim Berners-Lee, o criador da Web, afirmou recentemente que a Web está sob ameaça de gigantes da tecnologia. "O fato de que o poder está concentrado em tão poucas empresas tem feito da Web uma arma em larga escala." Temos vivenciado um movimento contrário à gênese da Web, isto é, a hierarquização da construção do pensamento, da visão de mundo, das notícias.
“As the late internet activist John Perry Barlow, once said: “a good way to invent the future is to predict it”