O Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil, da Fundação Getúlio Vargas, recebe a vigésima segunda Conferência da Associação Internacional de História Oral.

O tema da Conferência é “História Oral em um Mundo Digital e Audiovisual”. 25 anos depois de abrigar o X Congresso Internacional de História Oral, em junho de 1998, no Rio de Janeiro, o CPDOC volta a sediar o encontro mais importante da comunidade de oralistas no mundo. Se naquele contexto, em que pela primeira vez um país da América do Sul realizava o evento, inquietações próprias à virada do milênio se colocavam aos congressistas, o que dizer da História Oral em face do tempo presente?

As mudanças drásticas assistidas pelo mundo com a pandemia do Covid-19 afetaram em escala planetária a humanidade e colocaram a sociedade globalizada, com seu intenso fluxo de deslocamentos de pessoas, informações e mercadorias, diante de desafios ainda mais decisivos e incontornáveis, do ponto de vista da sociabilidade, da comunicação e da convivência humana. A teoria e a prática da História Oral, por suposto, não passaram à margem do impacto dessas transformações em escala global. Como se sabe, os constrangimentos impostos pelo isolamento social e pela limitação à circulação territorial tiveram em contrapartida a precipitação de uma série de tendências tecnológicas em curso, a exemplo da intensificação dos dispositivos da informática, da digitalização do conhecimento e da onipresença das imagens na vida social.

Tendo em vista as questões contemporâneas enfrentadas pelo mundo, a XXII Conferência da IOHA propõe-se pensar as formas de fazer a História Oral diante dos desafios digitais e imagéticos que se colocam nesse início dos anos 2020. As interfaces e mediações da tecnologia prescindem do contato físico? Como ficam as relações interpessoais e intersubjetivas entre entrevistador e entrevistado com os novos recursos tecnológicos? Em que medida os recursos computacionais e fílmicos impactam a metodologia das gravações e do registro audiovisual de um depoimento? As assimetrias nos acessos aos bens técnico-científicos vão ampliar ainda mais as distâncias entre os praticantes da História Oral no Norte e no Sul Global?

A FGV CPDOC convida a todos a participar e a somar esforços nessa reflexão coletiva. Em conformidade com as diretrizes da IOHA, trata-se de um evento bilíngue, inglês-espanhol. As mesas e as apresentações estruturam-se em torno de uma diversidade de temáticas, tanto as tradicionais quanto as inovadoras, todas elas caras à História Oral, tais como:

• História oral e humanidades digitais;
• Narrativas em entrevistas filmadas;
• História oral e política;
• História oral e educação;
• História oral, saúde pública e pandemias;
• História oral, minorias e movimentos sociais;
• História oral, gênero e sexualidades;
• História oral, migrações e desigualdades;
• História oral, comunidades indígenas e afro diaspóricas;
• História oral, artes, performances e esportes;
• História oral e interdisciplinaridades;

Apoio 

Associação Brasileira de História Oral                     

Red Latinoamericana de Historia Oral                     

Embajada de España en Brasil                                

As visões e opiniões expressas durante as mesas e exibições da Conferência, e as discussões derivadas das mesmas, não refletem necessariamente a posição institucional da Fundação Getulio Vargas.