No publicado
São propostos os seguintes eixos temáticos e linhas de investigação:
Coord.: Charles Feitosa (Escola de Filosofia/CCH/UNIRIO)
O pós-humano; embates entre o real e o virtual; cibercultura e realidade virtual; políticas de subjetividade; corporeidade pós-humana ou trans-humana; ética em ambientes virtuais; teoria crítica aplicada às humanidades digitais.
Coord.: Eduardo Magrani (Direito-Rio/FGV)
Redes sociais (fenômeno social); crowdsourcing; cidades digitais, cidades inteligentes; ciberativismo e ciberdemocracia; antropologia/sociologia digital; educação a distância e recursos pedagógicos digitais; ética e inteligência artificial; internet das coisas, tecnologia e políticas públicas.
Coords.: Ana Ligia Medeiros (CMI/Fundação Casa de Rui Barbosa), Aquiles Alencar Brayner (British Library) Jair Martins de Miranda (LABOGAD/CCH/UNIRIO)
Arquivos, bibliotecas e museus; curadoria digital; patrimônio digital; preservação, disseminação e acesso; mediação; competência informacional/letramento digital; computação em contextos de criação e preservação de acervos culturais.
Coords.: Alexandre Rademaker (IBM, EMAp/FGV), Carlos Henrique Marcondes (PPGCI/UFF) & Cláudio José Silva Ribeiro (LABOGAD/CCH,DPTD/CCH/UNIRIO)
Representação do conhecimento; linked open data; interoperabilidade; metadados; vocabulários; ontologias; web semântica.
Coords.: Cláudia Freitas (PUC/RJ) & Renato Rocha Souza (EMAp/FGV)
A utilização de recursos e ferramentas digitais no contexto das Humanidades vem crescendo de forma progressiva. Em consequência, temos o surgimento de novas abordagens de pesquisa e de metodologia, abrigadas sob o rótulo Humanidades Digitais. Não vemos as Humanidades Digitais como uma nova disciplina, mas antes como uma nova abordagem para a pesquisa nas Humanidades, capaz de abrir uma série de possibilidades. Textos podem ser entendidos como uma materialização de dados não estruturados; dados, por sua vez, ocorrem extensivamente sob a forma textual (em oposição a som ou imagem, por exemplo). Neste eixo, a ênfase está em abordagens e aplicações que têm como objeto grandes massas de dados textuais, tendo em vista o papel central ocupado pela linguagem nas Humanidades – documentos históricos e institucionais, obras literárias, relatórios, biografias, discursos, artigos, resenhas, entrevistas, postagens em redes sociais e dicionários históricos e/ou biográficos são apenas alguns exemplos. São esperadas contribuições nos seguintes tópicos:
Utilização de recursos e tecnologias linguísticas e de mineração de dados no contexto de uma área específica das Humanidades – estudos de gênero, história, antropologia, teologia, estudos literários, ciências políticas, filosofia, estudos de tradução, estudos culturais, teologia, dentre outros;Criação e/ou expansão e/ou adaptação de funcionalidades das atuais ferramentas de processamento de linguagem e de dados voltadas a questões das Humanidades;Big Data, Linguística Computacional e Anotação para as Humanidades;Processamento e mineração de textos históricos e de dados diacrônicos;Processamento e mineração e de textos literários/ficcionais;Extração de sentido, entidades e padrões em acervos das Humanidades;Identificação e geração de humor e criatividade na perspectiva do processamento automático de linguagem;Detecção de viés, ideologia, opinião e sentimento em textos, aplicada às Humanidades;Modelagem de tópicos, representações distribuídas, clusterização, "distant reading"”, estilometria e estilística aplicadas às Humanidades;Machine Learning e Representações de informação Textual;Atribuição de autoria e classificação automática de textos aplicadas às Humanidades;Aplicações na exploração/mineração de dados biográficos/enciclopédicos para auxiliar historiadores, cientistas sociais e críticos literários, dentre outros especialistas das Humanidades;Modelagem computacional de narrativas;Gestão e criação de corpus e recursos linguísticos para estudos literários, históricos, culturais.
Coords.: Luisa Guimarães (UERJ, MediaArt) & Erick Filinto (PPGCS/UERJ)
Estéticas e mídias; arte-ciência; arte e dados; realidade virtual e mista; arte como política; midiarte; história das artes digitais.
Coords.: Daniel Alves (FCSH/Universidade Nova de Lisboa) & Luis Ferla (Dep. História/Unifesp)
Sistemas de informação geográfica (SIGs); sistemas de visualização e análise de dados; análise de redes.
As tecnologias digitais estão a transformar profundamente a maneira como se dão a produção, a circulação e a recepção do conhecimento. Por um lado, as fronteiras clássicas que tradicionalmente organizavam as respectivas prerrogativas fazem cada vez menos sentido. O mundo acadêmico e científico, por conta disso, busca tentativamente responder a esse fenômeno, ressignificando em grande medida o seu lugar social, não mais caracterizado pelo monopólio da produção do conhecimento. Além da produção do saber, trata-se agora também de fazer a sua curadoria, organizando interlocuções e prioridades. Em tempos de web 2.0, open access, crowdsourcing, projectos colaborativos e ciência cidadã, ou a academia se reinventa e de forma criativa reafirma sua imprescindibildade social em novos termos, ou aprofunda um isolamento estéril e ressentido.
Por outro lado, os suportes e os materiais mobilizados pelas novas configurações da produção do conhecimento, e não menos de sua divulgação, passaram a incorporar crescentemente artefatos visuais e sonoros de muitas e diversas modalidades, para muito além da predominância multissecular quase absoluta das formas textuais pelas quais as humanidades sempre se caracterizaram. Costuma-se traduzir esse fenômeno por meio de uma problemática contraposição entre “narrativa” e “imagem”. No entanto, nem essa oposição é nova, nem é absoluta. Trata-se muito mais de aproveitar as enormes possibilidadees abertas pelas tecnologias digitais para articular as visualizações às narrativas, e vice-versa, com relações hierárquicas não definidas de antemão, mas condicionadas pelo objeto de estudo e pelas metodologias de sua apropriação.
Neste sentido, as áreas da visualização e da sonorização têm sido das mais dinâmicas na tentativa de incorporar estas novas perspectivas. As geotecnologias, em geral, e os sistemas de informação geográfica (SIGs), em particular, vêm se incorporando crescentemente ao cotidiano do pesquisador em humanidades. Igualmente, começam a ser significativos os projectos de investigação onde o som ou as paisagens sonoras têm um papel central. Metodologias de visualização e anélise de dados, como gráficos dinâmicos ou análise de redes são cada vez mais procurados, dentro e fora da academia. Em todos estes casos, a manipulação de uma grande massa de dados e sua organização e análise através das tecnologias digitais permitem que esse conhecimento seja apropriado, analisado e/ou replicado por outros personagens, fazendo das novas narrativas uma consequência da criação de infraestruturas. Por sua vez, as infraestruturas de dados podem estabecer links cada vez mais sistemáticos com explicações interpretativas.
É claro que tal sugestão não resolve todos os desafios que as tecnologias digitais e suas possibilidades multimidiáticas trazem ao trabalho do pesquisador em humanidades. Além da crise de identidade referente às perdas de autoridade, há também o não reconhecimento institucional de muitas das novas formas de fazer circular o conhecimento. Um artigo científico publicado em uma revista em papel ainda é muito mais valorizado do que muitas infraestruturas disponíveis na rede mundial de computadores, por exemplo. Por conta disso, é que se considera imprescindível, se não urgente, o debate amplo e criativo entre os envolvidos nas áreas de visualização e sonorização em humanidades, que este eixo temático do HDRio 2018 procura desenvolver.
Coords.: Ricardo M. Pimenta (IBICT; PPGCI/IBICT-UFRJ) & Bruno Leal (UFF; IH/UFRJ; Café História)
Este eixo temático busca refletir e debater o estado da arte das Humanidades Digitais no Brasil e as condições tecnopolíticas pelas quais sua atuação pode ser realizada. Busca-se, portanto, trabalhos de pesquisa que se debrucem sobre questões como: a formação e produção acadêmica em Humanidades Digitais (HDs) no Brasil bem como sua possível praxiologia; Iniciativas conexas como Antropologia Digital, História Digital, História Pública e Sociologia Pública; aspectos transversais à viabilidade das HDs no Brasil como ética digital, CGI e a internet no Brasil, associações e movimentos cujos recursos computacionais impactam o campo das humanidades e estudos aplicados sobre plataformas no Brasil (Google, Facebook, Twitter, Linkedin, Instagram, Tinder, Wikipedia, Youtube, etc) enquanto recursos metodológicos para discutir a realidade brasileira.
Em breve divulgaremos o link para submissão das propostas de trabalho. Aguarde.